
Um alerta com o qual concordo inteiramente. As crianças precisam de ter tempo para serem crianças, para se aborrecerem, para andarem com os pais, em vez de andarem já com agendas de atividades completamente cheias e vidas sociais intensas.
É verdade que sim: o ano começa em Setembro. Com as mochilas, os livros e os cadernos. O equipamento para a educação física e a flauta. E todo o outro material escolar. Mais as actividades extra-curriculares. As explicações. Um desporto, os treinos e a competição, ao sábado ou ao domingo. O teatro, a música ou o ballet. Uma língua estrangeira, se for o caso. E a natação, claro. Mais os trabalhos de casa. Sem falar dos compromissos de fim de semana, como as festas de aniversário, e um ou outro programa cultural. Tudo isto multiplicado pelos vários filhos duma família! A bem da construção de um puzzle de horários que se colam no frigorífico.
A logística de encaixar o trabalho, a vida e as agendas dos pais, a escola, as actividades após a escola, a vida da família, e o tempo livre e o brincar, entre o lanche e o jantar, exige uma engenharia de agenda que arrasa com todos os pais. E os deixa à beira do pânico.
Esta vai ser uma semana de velocidade furiosa para os pais. Que consome as férias todas de uma vez! Quem acha que a vida são dois dias que se desengane. Com agendas assim, a vida duma criança será uma outra ou outra hora que se escapa por uma frinchinha, no meio de tanta agitação. Não há é tempo para estudar; devagar, para degustar. Mas o importante é que as crianças ponham a carreira à frente da vida. Os resultados acima do aprender. E que trabalhem. Muito! Das das 8 às 8. 5 dias por semana.
Desculpem, mas todos precisamos de tempo para crescer. E todos aprendemos devagar.
Desculpem, mas ninguém consegue viver “a bolir” e estar atento ao mesmo tempo.
Desculpem, mas pensem bem se, com tantas actividades e tanta agitação, os vossos filhos terão tempo para serem crianças.
Se sentirem que não, aproveitem esta semana. E repensem. Mexam nas horas um pouco mais. (Primeiro está a infância! Depois, a família. E, a seguir a escola.) Enquanto há tempo, ousem fazer os horários; outra vez. Tanta “velocidade furiosa” faz mal. As crianças (e a escola) agradecem!