24/02/2024
Cosmologia Esotérica
Nossos modelos de evolução, tanto individual quanto coletiva, costumam f**ar muito presos a sistemas lineares simples, que embora contenham alguns princípios verdadeiros, impedem que se visualize a verdadeira forma como o mundo está organizado, por isso, hoje vou escrever algumas linhas sobre como concebo a cosmologia e a evolução.
A ideia se fundamenta, basicamente, na Cabala, em que temos quatro mundos, que são os mundos da Emanação, da Criação, da Formação, e da Ação, conhecidos pelos nomes em hebraico Atziluth, Briah, Yetzirah, e Assiah, de forma que desses quatro mundos, três são fases estruturais, que têm por finalidade sustentar a manifestação no último mundo, Assiah.
Esse quarto mundo, Assiah, por sua vez, tem níveis de depuração, que formam mais várias dimensões por meio do qual a vida pode se manifestar, mas que não se confundem com os planos estruturais da realidade.
Ou seja, o mundo Assiah se manifestando na terceira dimensão, por exemplo, é sustentado pelas três fases ou mundos estruturais, e o mundo Assiah se manifestando na sexta dimensão também será sustentado pelas três fases estruturais.
Agora, para complementar esta explicação, a Cabala nos ensina que cada um desses mundos estruturais contêm três esferas também, o que nos dá um total de nove esferas por meio do qual o mundo se estrutura até que possa se manifestar em Assiah, e precisamente, nove também é o número de dimensões de Assiah, o que confunde a maioria dos espiritualistas e místicos.
Acontece que essas coisas estão, de certa forma, interligadas, pois o que definirá o nível de depuração de Assiah é o quando esse mundo consegue assimilar ou elaborar o conteúdo das esferas estruturais, de forma que se conseguir elaborar apenas o conteúdo da esfera mais próxima a Assiah, será um mundo de primeira dimensão, se conseguir elaborar o conteúdo de todas elas, será um mundo de nona dimensão.
Esses planos estruturais nós acessamos por meio dos sonhos, principalmente, e na atual fase de nossa evolução planetária, conseguimos apenas manifestar sonhos no plano de Yetzirah, pois é o nível que conseguimos elaborar e assimilar, quando progredirmos para elaborar Briah, conseguiremos acessar níveis mais altos nos sonhos, e assim progressivamente, até que cheguemos nos níveis mais altos.
Agora, no que toca a evolução, a alma começa sua evolução no plano da Emanação, depois passa para o plano da Criação, então para o plano da Formação, até estar completamente individualizada no plano da Ação, Assiah, e nesse processo ela passa por três estágios, marcadamente, o estágio mineral, o estágio vegetal, e o estágio animal, um em cada plano estrutural, até que possa se manifestar como ser humano no plano da Ação.
Nesse ponto, entramos em outro aspecto que é difícil de se compreender, que é o fato de que na passagem da alma por esses planos estruturais, ela tem sua vida principal nesses planos, sendo o que se costuma chamar de Elementais, o que implica dizer que esses planos estruturais também tem suas formas de vida autóctones, e que paradoxalmente essas formas de vida são ao mesmo tempo menos evoluídas que o ser humano, e mais conectadas com os princípios superiores, tanto mais quanto menos evoluídas forem.
Assim, um cristal ou uma pedra, por exemplo, estão conectados ao plano estrutural mais elevado, são expressões ou âncoras desse plano em que tudo é luz, por outro lado, vegetais estão no plano médio, onde já opera algum ensaio de individualização, mas ainda não há a individualização em si, e os animais já estão em processo de individualização, mas ainda não o concluíram.
E como disse, todos esses seres Elementais têm os planos estruturais como seus campos de expressão principais, o que signif**a que a parte que vemos e com as quais interagimos desses seres aqui em Assiah, é como um “sonho” para um ser que tem sua vida real em outro mundo, em outras palavras, nós seres humanos habitamos Assiah e podemos acessar os mundos estruturais por meio dos sonhos (ou das experiências psíquicas), enquanto que para os Elementais é precisamente o contrário, eles habitam os planos estruturais e acessam nosso mundo da Ação por um processo similar ao do sonho.
Exatamente por isso, nossos pets que tanto adoramos estão vivendo mesmo é no plano da Formação, essa expressão deles para nós, neste mundo da Ação, é apenas uma projeção ou uma representação, ou em outras palavras uma “vida paralela” secundária.
Acontece que esses seres, quando encarnados, funcionam como âncoras dessas forças dos planos estruturais, e assim o cultivo desses Elementais no plano da Ação nos permite canalizar melhor essas energias emanativas/criativas/formativas para nossas vidas, o que signif**a que cultivar a natureza tem uma importância ressignif**ada a partir dessa visão cosmológica.
Em continuidade, após concluir seu processo de individualização, e portanto sendo capaz de se manifestar diretamente em Assiah, o agora ser humano passará por um processo em que assimilará (“dominará”) a inteligência das esferas do plano estrutural, e nesse processo, resumindo grosseiramente, ele passará por nove dimensões como ser humano, nove níveis de consciência, em nove tipos de mundos da Ação diferentes, cada vez mais sutis conforme ele for assimilando as inteligências das esferas mais altas, até então se Iluminar e começar outro processo, novamente de nove etapas, que não é o foco neste texto de hoje.
Assim sendo, o ser humano não ocupa apenas uma única posição dentro de uma cadeia planetária, como alguns professores de esoterismo têm ensinado especialmente nos séculos 19 e 20, o ser humano é na verdade uma manifestação potencialmente perfeita, que deve passar por nove transformações planetárias, progressões dimensionais, até que possa experimentar a Iluminação.
Então esses planos de que ouvimos falar, e de que tantas religiões espiritualistas nos dão testemunho, na verdade são depurações de Assiah, não são os planos estruturais, os planos estruturais e os planos de manifestação direta da vida são portanto coisas distintas, e cuja distinção é fundamental para que se compreenda como a vida evolui e se manifesta.
Exatamente por não conhecerem toda esta cosmologia e todo esse processo evolutivo, alguns gurus têm ensinado que deveríamos sair de Assiah, e então viver nos planos estruturais ou mesmo somente no plano estrutural mais elevado, mas isso é impossível, uma vez que o Elemental completou sua individualização ele passa a ser definitivamente um ser de Assiah, do mundo da Ação, um ser humano, e pode apenas fazer “visitas” a esses planos, conforma sua capacidade, mas nunca poderá abandonar Assiah, de forma que o verdadeiro trabalho, então, passa a ser elaborar e desenvolver Assiah, e não abandoná-lo, e por meio dessa elaboração, gradualmente, mudar a forma como Assiah se expressa, que são as tão conhecidas “dimensões”.
Notas:
[1] Essa ideia, na verdade, é bem simples, mas é difícil de explicar, ou melhor dizendo, eu pelo menos sinto uma dificuldade muito grande de explicar, mas dado o andar da carruagem, senti que era necessário passar esse ensinamento neste momento.
Exatamente por isso, alguns pontos podem ter f**ado confusos, mas após revisar este texto algumas vezes, cheguei à conclusão de que explicações adicionais poderiam ter o efeito inverso de confundir mais ainda, então o ensinamento está dado desta forma.
Agora, muito importante, algo que se aplica a todos os estudos, mas que tem uma importância acentuada quanto a este ensinamento, é de que se deve ler além das palavras e contemplar o espírito que há por trás delas, no final das contas é nesse espírito que está o ponto mais importante do ensinamento de hoje, muito embora o aspecto intelectual e textual tenha também a sua importância neste texto.
[2] Existem nove graus de Elementais, nove graus de seres Humanos, e nove graus de Maestria ou Iluminação, e cada um desses graus se desenvolve durante uma era enorme, que é o período em que um orbe f**a em uma determinada dimensão, como Iluminados também são um “aperfeiçoamento” dos seres humanos, como também são humanos, acontece, então, que a epopeia humana propriamente dita, passada a fase elemental, acontece em 18 progressões dimensionais, logo nos mantemos humanos até atingirmos a perfeição, e isso leva 18 ciclos evolutivos planetários, e depois de concluída a evolução, uma vez atingida a perfeição, continuamos humanos, vivendo e revivendo eternamente o último processo, o último dos 18 ciclos humanos.
[3] Não tenho a pretensão de dar a explicação final sobre esta cosmologia, por isso reconheço que algumas coisas podem ser um pouco mais complicadas até, mas como até agora os modelos cosmológicos são baseados em um linearismo simplista, acredito que o texto de hoje será de grande valia para o estudante do espiritualismo e do esoterismo.
[4] Tudo isso está escrito na alma do diagrama da Árvore da Vida, da Cabala.
[5] Como disse em outro texto, a evolução do Elemental parte de uma fase em que não há diferenciação ou individualização, em que tudo é uma coisa só, e percorre várias etapas até completar sua individualização e poder se expressar como ser humano. Assim, na primeira grande fase, em Atziluth, tudo é uma coisa só, e interessantemente quando se acessa esse mundo, tudo é luz.
Acontece que esses mundos, sendo estruturais, precisam, uma vez que é da sua natureza, dar uma expressão em Assiah, no mundo da Ação, por isso mesmo esses seres Elementais sendo seres autóctones dos mundos estruturais, eles acabam tendo um continuum no mundo da Ação, e afinal de contas se não fosse assim nem sequer haveria um mundo de Assiah.
A conclusão disso tudo é que por mais que o universo tenha uma multiplicidade de mundos diferentes, sob várias perspectivas, na verdade tudo faz parte de uma unidade cosmológica e ontológica, ou seja, tudo é um mundo só, com muitas nuances e expressões diferenciadas, mas tudo se encontra e opera conjuntamente.