Em Nome da Rosa

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Lançando as bases da Nova Era. O Cultivo de si mesmo é o caminho que leva à plenitude. Rosacrucianismo - Thelema - Espiritismo

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08/04/2024

Labora et Carpe Diem

As religiões costumam ensinar que as desgraças e desesperos pelos quais passamos na vida são lições que precisamos aprender para que possamos evoluir enquanto indivíduos.

Será que isso é verdade?

O que realmente há de verdade nisso, é que seres que resolutamente se entregaram ao mal, às trevas, precisam realmente passar por essas desgraças e desesperos para saírem dessa condição e se regenerarem, mas os seres que estão regenerados e buscam o bem e o realizam com algum nível de sucesso, esses não precisam ser escangalhados para evoluírem.

Acontece que muitas dessas almas regeneradas, de todos os níveis evolutivos que existem, acabam indo para mundos instáveis, em missão e trabalho, onde f**am sujeitas a todas essas desgraças e desesperos, mas essa desgraçaria toda não acrescenta em nada a essas pessoas, não lhes rende um karma bom, nem os ajuda a evoluir, nem lhes garante qualquer tipo de consideração especial, e nem sequer lhes dá a sensação de dever cumprido, resumindo, a desgraça pela qual as pessoas regeneradas passam em suas missões em mundos instáveis, não serve para nada, e exatamente por isso, é um ato puro de compaixão e de amor pelos seres sofredores, que nada nos dá em troca.

O que realmente pode nos fazer evoluir, bem como render méritos, consideração, e a sensação de dever cumprido, é, sim, o trabalho que realizamos em mundos como esses, mesmo que seja um trabalho com um sucesso relativo, será este trabalho que nos renderá muitas coisas boas em nosso cultivo pessoal, portanto deve o nosso trabalho ser o nosso refúgio em qualquer momento desagradável que experimentemos nesses mundos.

Assim sendo, a pessoa já regenerada que sofre com resignação, mas apenas faz isso, na verdade não está fazendo nada nem por si nem pela humanidade, será apenas o trabalho, qualquer que seja ele, que trará qualquer coisa de bom para essa pessoa a nível espiritual.

Logo, nosso mérito não está em o quanto penamos nesses mundos, mas sim no que realmente fazemos de útil pela causa da Luz, exatamente por isso devemos buscar o trabalho da Luz e nos permitirmos evitar as desgraças e desfrutar as alegrias que a vida puder nos dar.

31/03/2024

Ases e Vanes

A mitologia germânica, ou nórdica como tem sido chamada, fala de uma guerra ancestral entre dois tipos diferentes de Divindades, os Ases e os Vanes, que após muito desgaste acaba com uma troca de “reféns” que sela um acordo de paz que dá a hegemonia do mundo aos Ases.

Os estudantes acadêmicos dessa mitologia logicamente fornecem uma série de teorias para tentar explicar o que essas duas categorias distintas de Divindades e a guerra entre elas poderiam signif**ar, mas eu não pretendo analisar diretamente todas essas explicações que eles propõem, pois em meu ver, todas elas falham exatamente pelo mesmo motivo, todas elas consideram que esses Deuses todos são invenções de povos primitivos, todas elas consideram que esses Deuses não são reais, enquanto eu penso que para que possamos entender essa questão precisamos considerá-los reais.

Então, partindo do pressuposto que são reais, f**a relativamente fácil entender o que são os Ases e os Vanes e o que é essa guerra entre eles, pois se são reais, a primeira coisa que nos perguntamos é “são seres de carne e osso como nós, ou são forças da natureza?”, pois exatamente aí está a distinção entre os Ases e os Vanes, enquanto os Ases representam seres de carne e osso, os Vanes representam as forças da natureza, ou seja, os Ases são seres que tem toda a complexidade passional dos seres humanos, mas Divinizados, Iluminados, enquanto que os Vanes são forças da natureza que atuam de uma forma oculta que ainda não compreendemos, mas que por meio da vivência mística podemos atestar sua existência.

Sendo assim, a guerra que mitologicamente existe entre os Ases e os Vanes representa a luta de seres individualizados com uma existência dentro de um corpo e de um personalidade, contra as forças que apenas seguem sua natureza aparentemente estática, a luta de seres “reais” contra seres “arquetípicos”, a luta da vida para dominar as forças da natureza.

Seguindo essa ideia, a troca de reféns entre os Ases e os Vanes representa uma aliança entre essas duas formas de Divindades, em que os Ases se tornam meio Vanes, e os Vanes se tornam meio Ases, e como resultado disso a vida “real” triunfa, finalmente, sobre a mera ideação – embora essa ideação seja capaz de manipular forças e afetar o mundo em que todas as ações ocorrem.

Assim, um As para dominar a vida assume a capacidade de manifestar em si a natureza de um Vane, mas não se entrega a essa natureza assumida, sendo capaz de assumir a natureza de outro Vane, se tornando senhor da mutabilidade e alternância entre as manifestações arquetípicas e energéticas da natureza, e ao fazer isso, permite que todo o panteão Vane ganhe expressão direta sobre a realidade e participe dos veículos de expressão dos seres “reais”.

Agora, por fim, é importante dizer que embora a mitologia germânica fale dessas duas formas de Divindade, na verdade da forma como tudo é ensinado podemos dizer que o que os germânicos chamam de Ases são, na verdade, a memória dos Ases, pois para se relacionar com um As é necessário poder interagir com ele, tanto de forma intelectiva quanto sensorial, ou seja, é necessário ser capaz de percebê-lo, e não percebê-lo de qualquer forma, mas em sua natureza de ser real e corpóreo, de forma que do ponto de vista do mundo como ele é hoje, a única forma de se relacionar com um As seria ele estar vivo, de forma que se possa operar uma troca clara e inequívoca entre pessoas “reais”, uma normal, e outra Divina.

Notas:

[1] É muito importante não confundir os Vanes com os Landvaettir, que são a classe de seres que tradicionalmente chamamos de “Elementais”, mas que literalmente signif**a “espíritos da natureza”, e que na verdade são seres também reais, mas que ainda não completaram seu processo de expressão, de forma que se tornam espíritos disputados tanto por Ases, quanto por Vanes, quanto por vários outros tipos de seres que não são considerados Deuses, como por exemplo os próprios humanos normais.

[2] Supomos que esses seres que a mitologia germânica chama de Ases tenham existido em carne e osso, e sejam seres “Iluminados”, Deuses no sentido mais tradicional de nomenclatura, dotados de sabedoria e poder muito maiores do que mesmo os seres humanos normais que mais se destacam.

Acontece que a lembrança e o registro desses seres se reveste de elementos que são inventados, ou melhor dizendo, que são costurados filosof**amente, geralmente de forma inconsciente, para produzir uma história.

Acho que o leitor atento já entendeu o que pretendo ensinar nesta nota, em complemento ao último parágrafo do texto, que o que a mitologia chama de As, na verdade, é uma mistura na lembrança coletiva tanto da natureza As quando da natureza Vane, então mesmo esses Ases, enquanto personagens de um romance mitológico, podem ser considerados, de acordo com tudo que tenho falado aqui, Vanes na verdade.

A questão é que a mitologia foi capaz de sugerir a existência dessas duas formas de Divindades, mas em virtude das limitações desses povos não conseguiu ir para além da sugestão e, realmente, explicar, de maneira que a imagem dos Ases, no final das contas, f**a um pouco comprometida, embora se possa ter uma ideia de sua forma de expressão.

[3] De acordo com a mitologia germânica, tanto os Ases quanto os Vanes, quanto qualquer outro tipo de ser, todos estão submetidos ao império de Örlog, que é um conceito metafísico que por sua tradução aproximada pode ser compreendido, “Lei Primordial”, ou em outras palavras, a força suprema de todo universo em qualquer era ou lugar, que na mitologia germânica não recebia o título de “Divindade”, pois em verdade foi um conceito que foi pouco trabalhado, devido a sua natureza metafísica, mas que hoje, sob nosso olhar atual, podemos claramente equiparar Örlog às noções que temos sobre o Deus Supremo ou seu equivalente em outras Tradições, mesmo algumas politeístas (Brahman, Aton, Nether, Olorum, Grande Espírito …), de forma que esse elemento metafísico completa a lei do triângulo e nos fornece três classes de Divindades, a cósmica, as forças que regem a natureza, e os seres corpóreos que se Iluminam. Assim, a veneração a cada uma dessas formas de Divindade é necessária para o equilíbrio do universo, pois juntas elas se equilibram e neutralizam mutuamente as imperfeições de suas expressões sobre o mundo.

[4] Essa luta entre dois tipos diferentes de Deuses existe em várias culturas arianas, de forma que alguns estudiosos afirmam que esse é um tema comum, e portando importante, que liga todas as culturas arianas.

A mais conhecida para nós é a história da luta entre os Deuses gregos liderados por Zeus derrotando os Titãs, outra história conhecida é da disputa entre os Devas e os Asuras, na cultura védica. Agora, é importante que se entenda que cada cultura dá um tratamento diferente a essa luta entre duas categorias diferentes de Divindades, e cada uma contribui de sua forma para a compreensão de “o quê” essas duas categorias realmente são.

Mas algo comum a todas essas narrativas, é que os Deuses vitoriosos aparecem fartamente nas histórias mitológicas, enquanto que sobre os Deuses vencidos muito pouco ou quase nada sabemos, o que reflete o fato de que os Deuses “reais”, de carne e osso, são mais fáceis de serem conhecidos, pois fazem parte de nosso mundo, enquanto que as forças da natureza, em sua expressão Divina, são misteriosas e ocultas, pelo próprio fato de terem uma espécie de “mundo” próprio para sua expressão.

Existe, ainda, na mitologia como um todo, e não apenas nessa história, mas reinterpretada por essa visão que proponho hoje, uma expressão sobre o que é, afinal, a natureza de “Deus”, o que nos faz criar essa noção de “Deus”, o que Divinizamos afinal em nossa Tradição de linguagem, mas essa questão ainda está obscura.

[5] Neste texto e notas eu uso a palavra {real} com signif**ados diferentes, quando a coloco entre aspas estou falando de uma existência autoconsciente, quando a apresento sem as aspas, estou falando da de uma existência simples, capaz de produzir impacto sobre o mundo e de manipular forças, influenciando o destino e fazendo parte das tramas do mundo, mas que não possui autoconsciência. Estou explicando essa distinção para deixar claro o contraponto que faço no começo do texto, quando digo que os estudiosos tradicionais da mitologia germânica falham por não considerarem os Deuses como seres reais, mais especif**amente quanto aos Vanes, pois eles são reais no sentido em que não são apenas ideias como os intelectuais as entendem, são em verdade “ideias” capazes de manipularem forças e o destino por si mesmas, mas não são “reais” no que toca ao fato de não terem autoconsciência, logo os Vanes existem como forças que participam do jogo cósmico, mas não possuem a autoconsciência, e consequente individualização, personalidade e corporeidade, que os Ases possuem.

[6] Complementando o que disse na nota nº 3, é interessante que percebamos que as pessoas desenvolvem uma verdadeira veneração por pessoas em várias condições, artistas, esportistas, religiosos, principalmente, o que denota que é verdadeiramente da natureza humana venerar outro ser humano, mas visto o que vimos, para que a humanidade realmente tenha estabilidade e progrida é necessário que os alvos dessa veneração sejam realmente os Deuses Ases, e não quaisquer seres humanos. Então a veneração aos Ases não é apenas um “capricho dos Deuses”, é uma adequação da própria natureza humana de venerar algo que ela pode ver, ouvir, cheirar, interagir, ou seja, se os humanos não podem fugir da veneração pessoal, que seja então destinada aos Deuses, aos Iluminados, que funcionarão como uma referência viva para a humanidade em todos os sentidos e em todos os campos.

[7] Na verdade a “guerra” entre os Ases e os Vanes é um conflito eterno, e o que quero dizer aqui é que é justamente o domínio sobre os Vanes que constitui o caminho que os Deuses percorrem na sua evolução, conforme vão assimilando a natureza Vane, vão se tornando senhores dela, mas esse processo nunca se completará totalmente, sempre restará um cadinho de conflito entre esses dois tipos de Deuses, mas de acordo com o cultivo dos Deuses e de seus mundos, é possível trazer equilíbrio a essa disputa, que deixa de ser uma guerra e se transforma em um jogo, por isso no mito a guerra acabou com a troca de reféns, mas ambos continuaram existindo, e se existem, interagem de alguma forma e nem sempre estarão plenamente de acordo uns com os outros. Na mitologia, não apenas na germânica mas basicamente em todas as mitologias arianas, encontramos elementos do caminho que leva os Ases a desenvolverem a hegemonia, cada Deus mostra um caminho e um aspecto do caminho, mas a forma universal desse processo está no mito do Deus germânico Odin.

22/03/2024

Francis Bacon certa vez disse que:

"Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião."

Inspirado em suas palavras, eu digo que:

"Um pouco de esoterismo tira a pessoa da Igreja Católica, mas a profundidade do esoterismo leva-a de volta para esta Igreja."

04/03/2024

Poder Paranormal

Quando se usa algum método espiritual que produz bastante tensão nervosa, como a Alquimia, a Teurgia, e o próprio Yoga, é comum que se desenvolva, as vezes rapidamente, alguma paranormalidade.

Diante disso, algumas pessoas supõem que se continuarem o treinamento, ou mesmo se o intensif**arem, irão então desenvolver mais paranormalidades, mas acabam não obtendo êxito nessa segunda fase.

Isso acontece porque uma vez desenvolvida uma paranormalidade, a forma de se continuar com o caminho esotérico é, justamente, usar essa paranormalidade, usá-la bastante, de forma que essa paranormalidade passa a ser o “exercício” principal do desenvolvimento espiritual, tanto no que toca à obtenção de outras paranormalidades, quanto no que toca ao desenvolvimento espiritual geral, em todos seus aspectos.

24/02/2024

Cosmologia Esotérica

Nossos modelos de evolução, tanto individual quanto coletiva, costumam f**ar muito presos a sistemas lineares simples, que embora contenham alguns princípios verdadeiros, impedem que se visualize a verdadeira forma como o mundo está organizado, por isso, hoje vou escrever algumas linhas sobre como concebo a cosmologia e a evolução.

A ideia se fundamenta, basicamente, na Cabala, em que temos quatro mundos, que são os mundos da Emanação, da Criação, da Formação, e da Ação, conhecidos pelos nomes em hebraico Atziluth, Briah, Yetzirah, e Assiah, de forma que desses quatro mundos, três são fases estruturais, que têm por finalidade sustentar a manifestação no último mundo, Assiah.

Esse quarto mundo, Assiah, por sua vez, tem níveis de depuração, que formam mais várias dimensões por meio do qual a vida pode se manifestar, mas que não se confundem com os planos estruturais da realidade.

Ou seja, o mundo Assiah se manifestando na terceira dimensão, por exemplo, é sustentado pelas três fases ou mundos estruturais, e o mundo Assiah se manifestando na sexta dimensão também será sustentado pelas três fases estruturais.

Agora, para complementar esta explicação, a Cabala nos ensina que cada um desses mundos estruturais contêm três esferas também, o que nos dá um total de nove esferas por meio do qual o mundo se estrutura até que possa se manifestar em Assiah, e precisamente, nove também é o número de dimensões de Assiah, o que confunde a maioria dos espiritualistas e místicos.

Acontece que essas coisas estão, de certa forma, interligadas, pois o que definirá o nível de depuração de Assiah é o quando esse mundo consegue assimilar ou elaborar o conteúdo das esferas estruturais, de forma que se conseguir elaborar apenas o conteúdo da esfera mais próxima a Assiah, será um mundo de primeira dimensão, se conseguir elaborar o conteúdo de todas elas, será um mundo de nona dimensão.

Esses planos estruturais nós acessamos por meio dos sonhos, principalmente, e na atual fase de nossa evolução planetária, conseguimos apenas manifestar sonhos no plano de Yetzirah, pois é o nível que conseguimos elaborar e assimilar, quando progredirmos para elaborar Briah, conseguiremos acessar níveis mais altos nos sonhos, e assim progressivamente, até que cheguemos nos níveis mais altos.

Agora, no que toca a evolução, a alma começa sua evolução no plano da Emanação, depois passa para o plano da Criação, então para o plano da Formação, até estar completamente individualizada no plano da Ação, Assiah, e nesse processo ela passa por três estágios, marcadamente, o estágio mineral, o estágio vegetal, e o estágio animal, um em cada plano estrutural, até que possa se manifestar como ser humano no plano da Ação.

Nesse ponto, entramos em outro aspecto que é difícil de se compreender, que é o fato de que na passagem da alma por esses planos estruturais, ela tem sua vida principal nesses planos, sendo o que se costuma chamar de Elementais, o que implica dizer que esses planos estruturais também tem suas formas de vida autóctones, e que paradoxalmente essas formas de vida são ao mesmo tempo menos evoluídas que o ser humano, e mais conectadas com os princípios superiores, tanto mais quanto menos evoluídas forem.

Assim, um cristal ou uma pedra, por exemplo, estão conectados ao plano estrutural mais elevado, são expressões ou âncoras desse plano em que tudo é luz, por outro lado, vegetais estão no plano médio, onde já opera algum ensaio de individualização, mas ainda não há a individualização em si, e os animais já estão em processo de individualização, mas ainda não o concluíram.

E como disse, todos esses seres Elementais têm os planos estruturais como seus campos de expressão principais, o que signif**a que a parte que vemos e com as quais interagimos desses seres aqui em Assiah, é como um “sonho” para um ser que tem sua vida real em outro mundo, em outras palavras, nós seres humanos habitamos Assiah e podemos acessar os mundos estruturais por meio dos sonhos (ou das experiências psíquicas), enquanto que para os Elementais é precisamente o contrário, eles habitam os planos estruturais e acessam nosso mundo da Ação por um processo similar ao do sonho.

Exatamente por isso, nossos pets que tanto adoramos estão vivendo mesmo é no plano da Formação, essa expressão deles para nós, neste mundo da Ação, é apenas uma projeção ou uma representação, ou em outras palavras uma “vida paralela” secundária.

Acontece que esses seres, quando encarnados, funcionam como âncoras dessas forças dos planos estruturais, e assim o cultivo desses Elementais no plano da Ação nos permite canalizar melhor essas energias emanativas/criativas/formativas para nossas vidas, o que signif**a que cultivar a natureza tem uma importância ressignif**ada a partir dessa visão cosmológica.

Em continuidade, após concluir seu processo de individualização, e portanto sendo capaz de se manifestar diretamente em Assiah, o agora ser humano passará por um processo em que assimilará (“dominará”) a inteligência das esferas do plano estrutural, e nesse processo, resumindo grosseiramente, ele passará por nove dimensões como ser humano, nove níveis de consciência, em nove tipos de mundos da Ação diferentes, cada vez mais sutis conforme ele for assimilando as inteligências das esferas mais altas, até então se Iluminar e começar outro processo, novamente de nove etapas, que não é o foco neste texto de hoje.

Assim sendo, o ser humano não ocupa apenas uma única posição dentro de uma cadeia planetária, como alguns professores de esoterismo têm ensinado especialmente nos séculos 19 e 20, o ser humano é na verdade uma manifestação potencialmente perfeita, que deve passar por nove transformações planetárias, progressões dimensionais, até que possa experimentar a Iluminação.

Então esses planos de que ouvimos falar, e de que tantas religiões espiritualistas nos dão testemunho, na verdade são depurações de Assiah, não são os planos estruturais, os planos estruturais e os planos de manifestação direta da vida são portanto coisas distintas, e cuja distinção é fundamental para que se compreenda como a vida evolui e se manifesta.

Exatamente por não conhecerem toda esta cosmologia e todo esse processo evolutivo, alguns gurus têm ensinado que deveríamos sair de Assiah, e então viver nos planos estruturais ou mesmo somente no plano estrutural mais elevado, mas isso é impossível, uma vez que o Elemental completou sua individualização ele passa a ser definitivamente um ser de Assiah, do mundo da Ação, um ser humano, e pode apenas fazer “visitas” a esses planos, conforma sua capacidade, mas nunca poderá abandonar Assiah, de forma que o verdadeiro trabalho, então, passa a ser elaborar e desenvolver Assiah, e não abandoná-lo, e por meio dessa elaboração, gradualmente, mudar a forma como Assiah se expressa, que são as tão conhecidas “dimensões”.

Notas:

[1] Essa ideia, na verdade, é bem simples, mas é difícil de explicar, ou melhor dizendo, eu pelo menos sinto uma dificuldade muito grande de explicar, mas dado o andar da carruagem, senti que era necessário passar esse ensinamento neste momento.

Exatamente por isso, alguns pontos podem ter f**ado confusos, mas após revisar este texto algumas vezes, cheguei à conclusão de que explicações adicionais poderiam ter o efeito inverso de confundir mais ainda, então o ensinamento está dado desta forma.

Agora, muito importante, algo que se aplica a todos os estudos, mas que tem uma importância acentuada quanto a este ensinamento, é de que se deve ler além das palavras e contemplar o espírito que há por trás delas, no final das contas é nesse espírito que está o ponto mais importante do ensinamento de hoje, muito embora o aspecto intelectual e textual tenha também a sua importância neste texto.

[2] Existem nove graus de Elementais, nove graus de seres Humanos, e nove graus de Maestria ou Iluminação, e cada um desses graus se desenvolve durante uma era enorme, que é o período em que um orbe f**a em uma determinada dimensão, como Iluminados também são um “aperfeiçoamento” dos seres humanos, como também são humanos, acontece, então, que a epopeia humana propriamente dita, passada a fase elemental, acontece em 18 progressões dimensionais, logo nos mantemos humanos até atingirmos a perfeição, e isso leva 18 ciclos evolutivos planetários, e depois de concluída a evolução, uma vez atingida a perfeição, continuamos humanos, vivendo e revivendo eternamente o último processo, o último dos 18 ciclos humanos.

[3] Não tenho a pretensão de dar a explicação final sobre esta cosmologia, por isso reconheço que algumas coisas podem ser um pouco mais complicadas até, mas como até agora os modelos cosmológicos são baseados em um linearismo simplista, acredito que o texto de hoje será de grande valia para o estudante do espiritualismo e do esoterismo.

[4] Tudo isso está escrito na alma do diagrama da Árvore da Vida, da Cabala.

[5] Como disse em outro texto, a evolução do Elemental parte de uma fase em que não há diferenciação ou individualização, em que tudo é uma coisa só, e percorre várias etapas até completar sua individualização e poder se expressar como ser humano. Assim, na primeira grande fase, em Atziluth, tudo é uma coisa só, e interessantemente quando se acessa esse mundo, tudo é luz.

Acontece que esses mundos, sendo estruturais, precisam, uma vez que é da sua natureza, dar uma expressão em Assiah, no mundo da Ação, por isso mesmo esses seres Elementais sendo seres autóctones dos mundos estruturais, eles acabam tendo um continuum no mundo da Ação, e afinal de contas se não fosse assim nem sequer haveria um mundo de Assiah.

A conclusão disso tudo é que por mais que o universo tenha uma multiplicidade de mundos diferentes, sob várias perspectivas, na verdade tudo faz parte de uma unidade cosmológica e ontológica, ou seja, tudo é um mundo só, com muitas nuances e expressões diferenciadas, mas tudo se encontra e opera conjuntamente.

02/02/2024

Os Caminhos da Tradição

Quando vivemos de acordo com nossas próprias crenças e valores evoluímos mais do que quando tentamos seguir fielmente um modelo, mas é importante perceber que a formação de nossas crenças se dá por meio da influência daquilo que recebemos dos outros, então por mais que as crenças sejam “nossas”, elas não são algo isolado e desconectado do todo.

Agora, o interessante é que é exatamente isso que a Tradição nos traz, em vez de trazer uma fórmula para a vida, ela busca nos capacitar para que cada um de nós possa criar sua própria filosofia e segui-la, e a vivendo, corrigiremos nossos eventuais erros e defeitos com mais velocidade e mais precisão do que faríamos se simplesmente decorássemos a “verdade” e depois a imitássemos à força, e então pelo trabalho em conjunto com quem ressoa harmonicamente com nossas filosofias, Iniciados e não-iniciados, se constrói algo grande e sólido.

Nesse sentido, como Iniciado da Tradição eu optei por me aproximar e mesmo trabalhar em conjunto com algumas escolas espirituais, não porque deseje me converter a uma filosofia pronta, mas porque sinto que elas ressoam em harmonia com aquilo que eu acredito e pratico.

Considerando isso, é interessante vermos que a Tradição, historicamente, nunca se manifestou puramente como Tradição, ela sempre aparece se vestindo de alguma outra filosofia ou religião por meio do qual ambas, a Tradição e a filosofia-vetor, ganham vida.

Isso está totalmente relacionado à forma como se relacionam nossas noções de “Sagrado” e “Profano”, pois o Sagrado depende do Profano para se manifestar, ele não consegue se manifestar sozinho pois é deveras subjetivo e abstrato, e por outro lado o Profano precisa do Sagrado pois sem ele seria apenas formas e fórmulas vazias, então podemos reafirmar que um vitaliza o outro.

Assim, como exemplo, no final do século 16, muitos Iniciados da Tradição se uniram e assumiram a forma de uma liga militar protestante, e assim garantiram que a Paz de Augsburgo tivesse eficácia e os principados alemães aderentes ao protestantismo pudessem professar sua fé sem medo de serem alvo de ataques militares, bem como asseguraram a outras nações que pudessem se colocar sob a proteção desta liga, mas internamente, entre seus entusiastas, esta liga trazia de volta à vida o gnosticismo e o esoterismo herdados da idade média, de forma que essa simbiose foi responsável por muitos dos avanços culturais que tivemos ao longo da idade moderna e que acabaram por provocar a transição para a idade contemporânea com o trabalho que fazemos hoje.

Assim, podemos perceber que o mundo nos fornece elementos, e é com eles que trabalhamos, mas o sentido que damos a eles é interior e pessoal, depende do cultivo de cada um e da formação de uma mentalidade específ**a, que ao mesmo tempo que é a confirmação de uma personalidade, é também a exaltação de um coletivo, pois é uma expressão de consciência que surge em um contexto social específico, com um ser que está inserido em uma cultura, e que encontra uma forma de canalizar, como que num fluxo, aquilo que o mundo precisa e ele é capaz de dar em plena harmonia com aquilo que ele é.

E no final das contas, o trabalho de cada Iniciado da Tradição se encaixa com o dos outros, formando um quebra-cabeças que ao fim revela um valor que nenhum desses Iniciados seria capaz de revelar sozinho, por isso mesmo, também, o trabalho embora seja em grande parte individual, também se constrói coletivamente, por ressonância e harmonia entre as filosofias das pessoas diferentes, até porque muitas filosofias guardarão semelhanças com a dos outros companheiros, exatamente como na metáfora do quebra-cabeças que usei, elas todas vão se encaixando.

Ou seja, nosso trabalho é um trabalho de autodescoberta, mas para que essa autodescoberta seja levada a efeito, precisamos absorver os elementos que o mundo nos oferece, em todas as esferas, de tal forma que sejamos uma individualidade canalizando a verdade que está escrita na alma da natureza que nos cerca, e que ao final de contas é a nossa alma também.

14/01/2024

Thelema e Gnosticismo

Recentemente li um livro chamado “Gnosticismo Thelêmico”, no qual o autor apresentava as transformações do Gnosticismo desde a antiguidade até chegar à era atual com uma vertente thelêmica.

Acontece que desde algumas décadas antes do surgimento da filosofia thelêmica, o Gnosticismo passou a se expressar por meio de igrejas, ou seja, de uma forma bem diferente da qual ele se manifestou no passado, quando era um cultivo interior transmitido de indivíduo para indivíduo, sem se preocupar muito com organizações, ritos, cerimônias ou paramentos, e foi exatamente esse o modelo de Gnosticismo, mais atual e constituído de igrejas, que foi usado como base para se construir o chamado Gnosticismo Thelêmico.

Bom, se esse é o Gnosticismo Thelêmico, o que proponho é precisamente o inverso, uma Thelema Gnóstica, uma Thelema reinterpretada pela Tradição Gnóstica, o que implica justamente em despir a filosofia thelêmica desse excesso de rituais e pompas, e focar no processo interior, de transformação interior, na qual os exercícios místicos podem ser usados, mas considerando que quanto mais simples e interiores forem, melhor.

Na verdade, olhando para o sistema iniciático legado por Crowley, podemos ver que quanto mais alto o “grau”, o nível de desenvolvimento, mais gnóstica e menos cerimonial é a abordagem, de forma que a filosofia thelêmica começa com uma porção de rituais, cerimonias e parafernálias, mas nos seus níveis finais se transforma, em essência, em um culto à sabedoria, à qual todos aqueles rituais e parafernálias eram apenas um facilitador para o iniciante.

Nesse mesmo sentido, o Gnosticismo também, historicamente, é praticado por poucos, pois são sempre poucos os que estão preparados para uma imersão interior de autodescoberta e conquista da sabedoria, a grande maioria geralmente f**a entregue às igrejas, o que é perfeitamente natural e não deve ser alvo de críticas caso uma pessoa opte por f**ar na igreja em vez de partir para a busca gnóstica, o Gnosticismo não pretende converter ninguém, cada um se compromete apenas com os seus processos na medida do possível e no ritmo de cada um.

Sendo assim, é da natureza do Gnosticismo, tanto o clássico quanto o proposto “thelêmico”, ser um caminho mais interior e para poucos, distante do que ocorre nas igrejas, de tal forma que falar em “igrejas gnósticas” é, na verdade, um equívoco.

Igrejas é algo para as massas, e o Gnosticismo não, exatamente por isso nenhuma dessas igrejas gnósticas alguma vez teve um público signif**ativo, todas elas existem apenas na teoria e não cumprem com o objetivo com o qual se comprometeram, porque esse objetivo é irrealizável.

Acontece que o sistema iniciático de Crowley pode ser seguido por qualquer um, nos moldes em que o próprio Crowley estabeleceu, é um sistema legítimo e produz resultados, disso não há dúvidas, entretanto, está bem longe do Gnosticismo, de tal forma que temos que diferenciar o que é a filosofia thelêmica propriamente dita, e o que é reinterpretações de outras filosofias a partir da Lei de Thelema e dos demais Livros Sagrados de Thelema, ou melhor dizendo, o que é a reinterpretação da filosofia thelêmica por essas filosofias tradicionais.

Nesse intento, vamos considerar que os sistemas iniciáticos tradicionais continuam sendo os mesmos, em essência, mas quando retif**ados pela Lei de Thelema, passam a ter uma adaptação importante, mas sem que isso implique no abandono dos métodos originais dessa tradição, o que verdadeiramente tem sido feito desde a época de Crowley, quando muitas sociedades aceitaram e ensinaram a Lei de Thelema sem contudo assimilarem o sistema iniciático de Crowley.

O resultado disso é que podemos falar em uma “alquimia thelêmica” bem como podemos falar em um “gnosticismo thelêmico”, mas estaremos assumindo o ponto de vista e os métodos do sistema em si, não de Crowley, embora a Lei seja aceita.

Em outras palavras, O Gnosticismo, a Alquimia, ou qualquer outra arte esotérica, pode receber uma profunda inspiração da Lei de Thelema e do trabalho de Crowley, mas não precisa e não deve abandonar a sua essência em virtude disso, deve continuar sendo o que é, mas com um novo tempero, assim e só assim é possível que a Lei de Thelema se torne mais difundida e mais aceita pelos místicos, embora certamente ela provavelmente jamais será uma Lei abraçada pela maioria, a maioria sempre continuará nas igrejas e está tudo bem em relação a isso, o importante é a energia estar instalada no mundo e assimilada pelos seus líderes verdadeiros.

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