A Nossa História
O Escutismo no Barreiro, foi fundado em 10 de Janeiro de 1936, na Igreja de Santa Cruz. A pedido do Pde. Abílio da Silva Mendes, o Chefe Manuel Gonçalves Rodrigues (empregado superior da C.P.), chefe nomeado pela região de Lisboa para a expensão do C.N.E., passou a vir ao Barreiro dar as primeiras lições sobre o Escutismo.
Os primeiros Chefes que fizeram a escola de chefes em Lisboa foram os chefes António Martins Cartaxo e António Inácio Nazário. Daí em diante nunca mais houve escola de chefes em Lisboa porque os próprios chefes formavam novos chefes.
A primeira sede foi na sacristia, a Sul da Igreja, e que já foi demolida para alinhamento da rua. Depois de obras, na sacristia atual funcionou a sede da Alcateia 79 e da Alcateia 93. Só mais tarde é que se alugou o nº 19 da Travessa larga, Hoje Travessa Padre Abílio Mendes. Esta foi a sede que mais tempo esteve como sede. Para além desta, houve também outra na rua Almirante Reis, outra no Largo Rompana e outra onde atualmente funciona a cozinha e refeitório do Centro Social Padre Abílio Mendes.
Nessa altura o Escutismo era um pouco militarista e os rapazes recebiam instrução típica militar. Fazia-se com a vara o que um militar faz com uma espingarda (fazia-se evoluções: marcar passo, abrir fileiras, cerrar fileiras, virar à direita, virar à esquerda, ombro vara, deitar vara…).
Em 1936, o Escutismo iniciou a sua experiencia no Barreiro com 13 escutas e 13 Lobitos, 2 Séniores (hoje em dia Caminheiros), 5 Chefes e 1 Assistente, sendo Chefe do Grupo 130 António Martins Cartaxo e Chefe da Alcateia 79 (mais tarde 93) António Inácio Nazário. O Secretário do Grupo 130 era Mário Gomes Simões e o Secretário da Alcateia 79 era Norberto dos Santos Machado. Como Assistente o Padre Abílio da Silva Mendes.
As primeiras patrulhas foram a Raposa e a Águia. Mais tarde formou-se com Mário Paiva, a Patrulha Andorinha. Os bandos, havia o Preto, o Cinzento e o Castanho, mais tarde foi fundado o Bando Branco.
Os dois Séniores eram o Manuel Martins Dias (irmão do Joaquim Martins Dias) e o Fernando Severino, que por serem só dois não formaram Patrulha e ficaram agregados à Patrulha Gil Vicente, sob a alçada do 130. Nessa altura começou-se com instrumentos, um clarim e dois tambores.
As primeiras tendas para os Lobitos, eram cónicas e foram feitas pelo Padre Abílio. Para os Escutas havia aquelas duas abas tipo canadianas, que quando iam acampar, cada rapaz levava uma aba a tira-col.
Nessa altura, para se formar um Junta de Núcleo era necessário que houvesse pelo menos cinco grupos. E o Barreiro chegou mesmo a ter um Núcleo. Entravam o Grupo 130 de Escutas, a Alcateia 79, a Alcateia 93, o Grupo 100 do lavradio e os Escuteiros Marítimos. Destes grupos todos, os primeiros a aparecerem foi o Grupo 130 e a Alcateia 79. Depois foi a Alcateia 93 e só em 1938 é que apareceu o Grupo 100 do Lavradio (grupo terrestre composto por escutas e séniores). Em 6 de Novembro de 1939, no dia de S. Nuno, é que se fundou os Escuteiros Marítimos no Barreiro, que era o 2º no país, mas era o 1º em atividade, porque havia um em Póvoa do Varzim (nº 1) que estava inativo, mas como pagava as quotas e assinava a Flôr-de-liz continuava assim a figurar.
Os Escuteiros Marítimos partilhavam a sede com o Grupo 130. Este grupo teve curta duração (menos de 5 anos).
Mais tarde fundaram-se dois grupos de Séniores, o 18 e o 21. E formou-se depois uma patrulha, onde foram agregados alguns séniores que mais tarde deram origem aos nomes “António Sardinha” (escritor) e “D. João IV”.
A Fundação do Escutismo no Barreiro não foi fácil pois havia já instalado há muito um grupo de Adoeiros que tinha a sua Sede nas escadinhas, junto à casa da Misericordia, no lado norte. Alguns elementos dos Adoeiros fizeram a “vida difícil” ao recém-formado grupo de Escuteiros, principalemte um elemento chamado “Bucho”, chegando a haver confrontos físicos.
Uma das primeiras saídas foi um acampamento em Alhos Vedros, e como ainda não havia pessoas ailitadas à cozinha, foi o Padre Abílio Mendes que fez o almoço. Acamparam na parte sul da Igreja, entre o cemitério e a igreja.
No Barreiro realizou-se o VI ACAREG (Acampamento Regional), onde participaram Escutas do Barreiro, Moscavide, de Setúal e do Seixal, num total de 400 elementos, numa área entre o atual hospital distrital do Barreiro (local do Acampamento, Pinhal do Joaquim Tomáz e pinhal da Amoreira) e o bairro no vo da CUF (blocos Mirandela, Soure, Alferrarede) onde estava a tenda dos víveres.
Por volta de 1948-1949, já o Chefe Mário Paiva tinha saído do ativo (1946), extinguiu-se o Escutismo no Barreiro sem que ninguém consiga explicar porquê. E durante 10 anos não houve Escutismo no Barreiro. Só em 10 de Janeiro de 1959, depois de muita insistência do Padre Santos Costa, que também dava religião e moral na Escola Industrial Alfredo da Silva, é que foi fundado o Agrupamento 74, tendo como seu fundador e primeiro chefe de Agrupamento, o Chefe Mário Paiva. Também em 1959 houve a necessidade de vir de Lisoa o responsável Chefe Manuel Gonçalves Rodrigues, uma vez que já não havia ninguém dos outros grupos. O Agrupamento 74 nasceu apenas com a Alcateia 26 (só de rapazes, como era na altura) tendo cono Patrono da Alcateia “S. João Bosco”.
A Alcateia 26 era conctituída apenas por rapazes. Existia um movimento para raparigas com mais de 18 anos que se chamava Guias, mas que estavam numa ordem fora do C.N.E.
Inicialmente a nossa sede encontrava-se na Igreja de Santa Cruz (Alcateia do grupo de raparigas) e na nossa Senhora do Rosário (Caminheiros e Exploradores), uma vez que a igreja de Santa Maria só começou a ser construída em 1960, tendo sido o chefe Mário Paiva a Lançar a 1º pedra. Foi só em 1978 que o Agrupamento 74 se transferiu definitivamente para a Igreja de Santa Maria, altura em que o chefe de Agrupamento era o Chefe Marcelino.
Por volta de 1975-1985, apesar dos escuteiros serem por vezes conotados com a mocidade portuguesa, podiamos acampar em todas as matas nacionais, utilizando fogo, em como trilhar qualquer zona natural atualmente de acesso interdito/restrito.
Ser escuteiro era um estatuto inédito, uma filosofia de vida alicerçada no contacto com a naturaza, na aventura e na fé partilhada por Cristo, tendo-se como Norte a construção de um mundo em melhor de Homens Novos cuja fraternidade, lealdade e espírito de sacrificio fossem fiéis à mensagem deixada por BP (mesmo se fosse a própria vida a estar em jogo)...
Entretanto, como se pode ver, fomos crescendo em número e passámos pelas mãos de vários chefes, nomeadamente: Custódio Rebotim, Almeida, Marcelino, Luís Palmelão, Helena Castro Pinto, Paulo Calçada, Paulinha, Céu, Rute, Jorge, Isa Rosado e o actual Hugo Garcia.
Nos testemunhos de alguns deles, para além de muitas histórias inéditas, falam-nos de um mar de prazer, entrega e dedicação nos anos em que foram escuteiros... e citando um deles: “o (verdadeiro) escutismo marca qualquer pessoa...”
Mais tarde o chefe Mário Paiva ajudou a formar, com o chefe Carreira, o Agrupamento 76 da Moita.